Moradores do bairro Aviário reclamam das diversas dificuldades existentes no bairro. O serviço de transporte coletivo oferecido pela empresa 18 de Setembro é uma das queixas da comunidade, que reivindica o cumprimento dos horários e a substituição dos veículos velhos por novos.
Os setores de pavimentação, saúde e segurança também são alvo de reclamação dos moradores. Segundo uma moradora que não quis ser identificada, a violência tem crescido de forma assustadora no Aviário. “Há poucos dias aconteceu uma chacina no bairro, próximo a minha residência. Mataram três indivíduos dentro de uma barbearia.
A insegurança é muito grande”, relatou, cobrando das autoridades responsáveis a instalação de um posto de saúde. Rogério Barbosa, residente no local, destaca os problemas causados pela falta de pavimentação. “Como as ruas não oferecem condições para os veículos transitarem, os carros e os ônibus acabam transitando pelas calçadas e terminam danificando os passeios. Não existe mais tranquilidade em suas residências, fora o perigo de sermos atropelados”, informa.
RECLAMAÇÕES
Antonio Nunes: “Na semana passada, passei três horas no ponto esperando um ônibus. Eu ia para o posto de saúde e acabei perdendo a consulta, porque não consegui pegar o transporte no horário. É rede de esgoto aberta na porta de nossas casas, é a maior bagunça aqui nesse bairro. A situação aqui está tão triste que há dias que até o carro do lixo não passa aqui na rua, deixando a maior imundice, um mau cheiro terrível. O bairro Aviário está entregue às baratas”.
Martins Bispo: “Os moradores aqui estão pedindo socorro por conta dessas ruas esburacadas e o transporte alternativo. Os ônibus não entram no conjunto porque a estrada está horrível. Nós ficamos expostos ao sol e à chuva o tempo todo”.
Liliane Oliveira: “Para a gente que tem filho pequeno é horrível. Pra conseguir pegar um ônibus, é uma dificuldade terrível, são buracos enormes e, quando está chovendo, é pior ainda. Os ônibus não cumprem os horários, nós levamos cerca de uma hora e meia no ponto. Eu já cheguei a ficar duas horas no ponto, esperando transporte. A gente se atrasa pro trabalho, pro médico, pra levar os filhos pra escola, pra tudo. Há duas semanas um ônibus pegou fogo na frente da minha casa: ele passou num buraco cheio de água, molhou a fiação e por pouco não aconteceu uma tragédia com as pessoas que estavam dentro do veículo”.
Paulo de Jesus do Carmo: “As autoridades abandonaram o bairro Aviário. Transporte aqui é horrível, porque, com a estrada acabada do jeito que está, leva um tempo enorme pra chegar ao centro da cidade ou para onde quer que a gente esteja indo. O sistema de transporte aqui no bairro é muito ruim”.
Rejane Cruz “A maior dificuldade daqui do bairro é o transporte coletivo. Eles não cumprem o horário e acaba atrasando a vida de todo mundo, principalmente quem trabalha ou quem tem outro compromisso marcado. Os poucos ônibus que rodam estão sempre quebrados. Sempre tem algum defeito: é cadeira quebrada, além de um barulho insuportável da lataria. As pessoas ficam até com medo de pegar os ônibus. Além disso, nós nunca sabemos os horários dos ônibus, pois estão sempre atrasados”.
Vicente Alves de Freitas: “Eu não moro aqui no bairro, mas trabalho e pego o transporte todos os dias. A gente leva, no mínimo, duas horas pra ir e duas horas pra voltar. Tem ônibus que vai pela BR e a gente tem que vir andando uma distância enorme. O ônibus sempre está lotado. Nós já chegamos estressados no trabalho. As condições do transporte coletivo de Feira de Santana estão péssimas”
Sheila dos Santos: “Transporte, pavimentação e falta de segurança aqui no bairro são as maiores dificuldades. O percurso que os ônibus têm que fazer com a estrada nessas condições fica muito difícil. São duas horas de percurso, e tudo isso acaba prejudicando as pessoas que dependem do transporte coletivo”.
Rosa Batista “Nós não temos nada aqui nesse bairro, somos abandonados pelas autoridades. Não temos creche, posto de saúde, escola, nem transporte. O único transporte que a gente tem aqui no bairro é o Aviário. Nós nunca conseguimos pegar o ônibus com cadeiras vazias, é sempre cheio. O transporte aqui no bairro, ultimamente, está sendo o maior problema. Na verdade, é um problema que puxa outro: essa situação do transporte é devido à estrada, que está horrível. Nós estamos reivindicando às autoridades competentes uma melhoria do transporte e um posto médico aqui no bairro. E tem que ser urgente”.
Por Luisy Nascimento
Folha do Estado-Edição 17/08/2010
Foto:Jucilene Martins